Depois de alguns instantes, cansou da vista na janela, puxou um livro da mochila e pôs-se a folhear; aquilo não era leitura, era mais um passatempo, uma tentativa de esquecer as palavras ditas por uma senhora com cara de bruaca, que foi bem clara quanto à incapacidade dele para exercer qualquer cargo naquela maldita empresa... Teve vontade de fazer como antigamente e passar o dia dentro dos ônibus indo de terminal em terminal, observando as pessoas nuas de fingimentos, submersas na rotina e no anonimato, mas sentia-se cansado para reviver antigas loucuras.
Lembrou-se de um tempo que ele bebia vinho e tocava violão numa roda de recém conhecidos na beira do mar. Um tempo irresponsável, vagabundo, errante e indeciso, enfim... Feliz.
Guardou o livro e as lembranças na mochila, definitivamente aquele livro não o estava fazendo bem, suas páginas deram-lhe a nostalgia, e aos vinte anos isso não é nada bom.
Pronto.
Voltou ao tempo presente onde era preciso crescer e entristecer.
Era preciso escancarar o mundo e conseguir um lugar ao Sol... Que pena... Ele queria mesmo era banhar-se na chuva.
(Allan Castro)
#Foto editada por mim! ;D
_Paz&Bem.
__Inútil.
3 comentários:
'aproveitando que no assento ao lado não havia ninguém.' isso me fez pensar que quando não temos ninguém ao nosso lado devemos aproveitar para relaxar :) daria um grande diálogo ,daqueles que tanto adoro!
eu que sou apaixonada pela sua poesia prosada :) lindo!
e se for ex que não me veio, se vier será bem-vindo!
beijos, ju :D
Desculpa a demora pra ler.
Mas pode crer: eu to sempre aqui.
Quando eu tô no seu blog, as suas prosas e as músicas escolhidas por você realmente me envolvem, sabe?
Eu paro e fico meio dãuh.
É impressão minha, mas aqui é mais seu do que o do recanto de letras?
Tenho uma coisa já muito falada pra te dizer: adorei seu texto. :*
Eu ando ocupada, muito, muito ocupada..
Mas não o bastante pra te esquecer.
Como se o senhor tivesse morrido, mas sempre voltasse, em minha mente, em meus sonhos, nos meus banhos, de um jeito bem Brás.. e me envolve, me enche de saudade do ombro com sinais, da camisa branca aberta, do sorriso, de um pedido de casamento com segundas intenções.
Sabe o que mais me incomoda? e que sei que você não pensa em mim o quanto eu penso em você.
Afinal, você é um fantasma, que só me vem quando eu ja não sei o que é um sonho ruin e o que é um sonho bom.
Ah, Allan, Maldito Allan.
Maldito beijo :*
Texto, como sempre. perfeito.
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